quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Entre tapas e beijos...


Vidigal detalha desistência de Dino e acusa Zé Reinaldo de ter feito ‘arapuca’ para ele em 2006

Em comentário ao blog do Cardoso, o pré-candidato ao Senado Edson Vidigal (PSDB) dá todos os detalhes de como soube da desistência do deputado Flávio Dino (PCdoB) da disputa pelo governo. Vidigal conta que estava na sede do PDT nesta sexta-feira à noite quando o presidente da Assembleia, Marcelo Tavares (PSB) , e o prsidente do PSB, José Antonio Almeida, chegaram para pedir a participação do PSB na chapa de Jackson Lago (PSDB).

vidigal X zé reinaldoNo entanto, o partido exigia uma das vagas ao Senado para o ex-governador José Reinaldo. Vidigal, obviamente, teria de abdicar de sua candidatura. “Eu estava sentado ao lado do Roberto, entao disse – Roberto, isso é contigo. Tu és o presidente do partido, mas acho que devemos consultar o Castelo, o Madeira, o Ildemar, os nossos deputados federais e estaduais. Fui falando assim e foi se impondo um silêncio sepulcral na sala. Logo eles, Marcelo e Ze Antonio, saíram e o Aderson foi levá-los até à porta”, disse o ex-ministro.

Vidigal diz ainda ter avisado ao comunista que ele poderia ser vítima da mesma “arapuca” passada por ele em 2006. Ele acusa o tentão governador José Reinaldo de arma-lhe uma “arapuca” na ocasião. “Antes que isso tudo chegasse ao que chegou eu mesmo o avisei, como amigo, várias vezes – cuidado com essa conversa porque tu (Flávio Dino) podes acabar sendo o Vidigal da vez. Referia-me à aventura em que de boa fé me lancei achando que poderia disputar uma eleição e chegando aqui, despojado de tudo, me vi aprisionado numa arapuca e aí não havia mais caminho de volta, eu continuava e mantinha a dignidade ou caía fora e ninguém iria entender e seria incompreensivelmente cobrado pelo resto da vida.”

Abaixo, a íntegra do desabafo de Vidigal:

“As pessoas tem o mal de costume de não tratar as outras com o devido respeito. Me ofendem e me insultam apenas porque dei a conhecer fato verdadeiro sobre o qual ninguem pediu segredo. Assuntos de interesse público devem ser do conhecimento público. Não mereço as ofensas que a paixão gratuita dissemina contra mim em todos os sentidos.

Ontem, estávamos na sede do PDT quando, por volta das 22h, recebemos a visita do presidente da Assembleia, deputado Marcelo Tavares (PSB), acompanhado do presidente estadual do PSB, o ex-deputado José Antonio Almeida. Eu havia saído para ir a minha casa, que fica próxima, e ao retornar à sala do ex-candidato a prefeito de São Luís Clodomir Paz, coordenador da campanha do Jackson, encontrei os dois queridos amigos pessoais do PSB e, juntos estavam o deputado Brandão, o deputado Chico Leitoa, o ex-deputado Aderson Lago, o ex-deputado Wilson Carvalho, o prefeito de Porto Franco, Deoclides Macedo, o Clodomir, o Roberto Rocha, e quando entrei na sala fizeram silêncio.

Falei brincando o que houve? Só porque eu retornei a reunião agora está em off? Foi quando o Marcelo deu a conhecer, ou repetiu o sentido da sua missão, àquele recinto.

Ele estava ali em companhia do presidente do PSB, legitimando sua missão, para dizer que o PSB queria coligar conosco nas proporcionais mas a condição era uma vaga da chapa ao Senado para o Zé Reinaldo. Nada mais lógico, do ponto de vista deles. E o Flávio, que assim estaria sendo abandonado, perguntei – como fica o Flávio? O Flávio está fora, respondeu. O Flávio será candidato a deputado e nós queremos uma vaga de senador para o Zé Reinaldo.

Eu estava sentado ao lado do Roberto, entao disse – Roberto, isso é contigo. Tu és o presidente do partido, mas acho que devemos consultar o Castelo, o Madeira, o Ildemar, os nossos deputados federais e estaduais. Fui falando assim e foi se impondo um silêncio sepulcral na sala. Logo eles, Marcelo e Ze Antonio, saíram e o Aderson foi levá-los até à porta.

Foram todos embora e ainda fiquei conversando com Chico Leitoa e Clodomir querendo entender aquilo tudo que, como dizia Mateus do Corintians, poderia ser uma faca de dois legumes. Fui encontrar Eurídice e fomos comer carangueijo na Litorânea. Era quase meia-noite quando me veio a ideia de avisar pelo Twitter só a manchete do que havia acontecido. Muita gente tem interesse na candidatura do Flávio e nós também.

Antes que isso tudo chegasse ao que chegou eu mesmo o avisei, como amigo, várias vezes – cuidado com essa conversa porque tu (Flávio Dino) podes acabar sendo o Vidigal da vez. Referia-me à averntura em que de boa fé me lancei achando que poderia disputar uma eleição e chegando aqui, despojado de tudo, me vi aprisionado numa arapuca e aí não havia mais caminho de volta, eu continuava e mantinha a dignidade ou caía fora e ninguém iria entender e seria incompreensivelmente cobrado pelo resto da vida.

Ora, o próprio Rabelo, presidente nacional do PCdoB, pessoa por quem tenho grande estima pessoal e respeito político, ja havia me dito, na presença do Flávio, num jantar em minha casa, que ele, Flávio, não seria candidato a governador porque sendo um dos mais brilhantes dos deputados do PCdoB o partido não iria abrir mão dele na Câmara. Seria candidato à reeeleição. Aqui no Maranhão foi que trataram de inocular-lhe a mosca azul e ele, jovem e de boa fé, acreditou no que eu também havia acreditado.

Então a jogação de toalha anunciada na reunião de ontem não seria novidade para mim.

Pouco antes da meia-noite passei a notícia adiante e o resultado é que, ao invés de lamentarem a situação terrível em que jogaram o Flávio, muitos preferem me agredir, me faltando com respeito. Muitos não me conhecem, ignoram a minha história de vida, desde moço nas lides estudantis combatendo contra o caciquismo vitorinista e sempre sem razão alguma para mudar de opinião quanto a qualquer forma de dominação do nosso povo.

O tempo já e já vai dizer se na reunião de ontem à noite alguém estava blefando usando, mais uma vez o Flávio, ou se tudo que foi dito ja era verdade indesmentivel ou não.”

Publicado em 26/06/10, por Décio Sá.

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