quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O veto que não deu vez ao povo



Tenho acompanhado o horário eleitoral, apesar de descrente da política maranhense. Mas de tudo o que vi ontem, um fato não pode passar em branco; mas não pode mesmo.

Lembro dos vários momentos em que ergui a bandeira do 12, do Muda Maranhão, do discurso que ficou apenas no papel. Aliás, nem no papel... Lembro como se fosse hoje, do dia em que li o documento endereçado ao então secretário de Indústria e Comércio, Julio Noronha, genro do doutor Jackson, que tratava de uma Refinaria que poderia vir a se instalar no Maranhão.

O ofício assinado pelo todo poderoso e asqueroso Abdelaziz (um dos grandes responsáveis pelo fracasso do governo) P-R-O-I-B-I-A qualquer iniciativa para cumprir uma das exigências básicas da Petrobrás: levar água ao local em Bacabeira.

Amigo, amiga.

Pasmem assim como eu fiquei pasmo ao me dar conta disso. Porém, já disse aqui nesse espaço que Aziz concentrava todo o poder durante o governo do doutor Jackson e, mesmo sendo genro do governador, Júlio Noronha, foi repreendido pelo chefe da Secretaria de Planejamento, por simplesmente não ter contestado o pleito da Petrobras em obter a parceria da Caema no fornecimento de água ao empreendimento.

Em curtas palavras, ele quis dizer ao colega secretário: “Por que você não disse que a gente não pode mandar água pra lá?”

Sem ser tão curto, mas grosso, estas foram as palavras de Aziz: “(...) queremos, formalmente, reafirmar (...) enquanto responsável pela gestão dos recursos (...) que o estado do Maranhão não tem as mínimas condições de assumir (a responsabilidade)”.

Este discurso é no mínimo contraditório já que a Frente que eu defendi afirma até hoje que o Maranhão é um estado rico, riquíssimo.

Amigo, amiga.

A loucura foi tamanha, que Aziz teve a cara de pau (me desculpem o termo) de dizer que fornecer água para a Petrobrás seria uma “missão impossível”, mesmo com o Itapecuru passando bem pertinho e o sistema Italuís, construído por João Castelo seu fervoroso aliado político (tinha que ser depois da campanha de 2008), estando lá.

Outros companheiros balaios me alertaram para trecho final do tal documento. Aziz encerra o papo de uma vez dizendo que os entendimentos vinham se dando “sem a prévia consulta a esta (sua) secretaria”.

Um até me indagou: “E isso podia acontecer?” Claro que respondi imediatamente: “Não, claro que não, Aziz estava acima do bem e do mal”.

Ora. Oligarquia por oligarquia, as duas já mamaram nas tetas do poder. Sendo que alguns souberam sugar bem mais que outros. E isso, ao que parece, não foi uma missão impossível.


Se arrependimento matasse...

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